sexta-feira, 30 de julho de 2010

Peça Ensina-me a viver volta à cidade em sua quarta turnê

30/07/2010

Peça Ensina-me a viver volta à cidade em sua quarta turnê




Arlindo Lopes e Glória Menezes fazem Harold e Maude: lirismo em cenário mágicoEnsina-me a viver é um daqueles casos particulares de um diálogo bem-sucedido entre cinema e teatro. No Brasil, talvez a adaptação teatral de João Falcão do filme, dirigido por Hal Ashby, em 1971, esteja se tornando mais popular do que a obra original. Em seu quarto ano no circuito, a peça acolhe plateias que “dão muita risada com lágrimas nos olhos”, como descreve Glória Menezes.

A atriz interpreta Maude, uma mulher perto dos 80 anos, mas que exibe uma vibração pela vida de fazer inveja à juventude. Arlindo Lopes encarna Harold, jovem vítima de tédio, frequentador de funerais e obcecado por suicídios. O que falta em Harold sobra em Maude. E a relação entre os dois se torna algo muito mais profundo do que um simples e breve romance.

A montagem de João Falcão sucede outras adaptações do filme para o tablado, como a de Henriette Morineau, nos anos 1980, e volta à programação da cidade nesta sexta, neste sábado e domingo, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. O pernambucano verteu filme em peça a partir da tradução de Millôr Fernandes, a convite de Arlindo Lopes. A cenografia ficou a cargo de Sérgio Marimba e impressiona pelos efeitos especiais. Na película de Ashby, a libertária Maude vive num vagão de trem. Na peça de Falcão, num velho teatro abandonado.

“O filme é o filme, a peça é a peça. E a adaptação do João em relação à tradução do Millôr é o grande achado desse espetáculo. Ele não é realista, ele é mágico. São cortinas que se movem de um lado para o outro, dando uma movimentação incrível, e a luz também é muito participante, é outro personagem. Eu costumo dizer que a peça é uma soma de acertos”, define Glória.

O visual recebeu contribuições de Renato Machado (iluminação), Rodrigo Penna (trilha sonora) e Kika Lopes (figurino). Apesar das diferenças entre cinema e teatro, permanece a profundidade do roteiro original de Colin Higgins.


Fonte: Correioweb

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