sexta-feira, 2 de julho de 2010

Acidente deixa de luto a música paraibana

Acidente deixa de luto a música paraibana

Sertão // Capotamento na estrada mata quatro músicos da orquestra sinfônica do estado. entre eles, o maestro Radegundis Feitosa

Márcio Rangel e William Costa

brasil.pe@dabr.com.br

João Pessoa - Depois de Sivuca e Canhoto da Paraíba, a música instrumental paraibana voltou a sofrer ontem outra grande perda, com as mortes, em acidente de automóvel, dos músicos Radegundis Feitosa, 48 anos, e de seus dois ex-alunos Roberto Ângelo Sabino, 41 anos, e Adnilton Soares França, 26, além do cantor Luiz Benedito, de 69 anos, remanescente da época de ouro dos Carnavais.
Foto: Ovídio Carvalho/ON/D.A Press - 9/12/03
Radegundis e Roberto Ângelo tocavam juntos na Orquestra Sinfônica da Paraíba e no Sexteto da Paraíba, grupo que deveria se apresentar ontem à noite em Itaporanga dentro das comemorações do aniversário da cidade. Adnilton integrava os quadros da Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba. A Prefeitura de João Pessoa decretou luto de três dias pela morte dos músicos.

O acidente aconteceu na altura do quilômetro 97,3, da rodovia BR-361, no trecho que liga Itaporanga a Piancó. O veículo acabou saindo da pista e capotou duas vezes, pegando fogo em seguida. Dos quatro passageiros, três ficarampresos nas ferragens e morreram carbonizados. O quarto, que seguia viagem sem cinto de segurança, foi arremessado para fora do automóvel, mas também morreu queimado devido à explosão. Familiares dos mortos foram até a cidade de Patos para providenciar o traslado dos corpos. Até o fechamento desta edição, não havia informações velório e sepultamento.

"Acreditamos que o motorista vinha em alta velocidade e pode ter perdido o controle do veículo na reta. Também encontramos problema na estrada, como buracos ou falta de sinalização" comentou o inspetor Walker Barbosa, do Núcleo de Comunicação da Polícia Rodoviária Federal na Paraíba. O carro era conduzido pelo maestro Radegundis.

Do mundo - Radegundis nasceu em Itaporanga (PB), em 1962, onde estudou com Edmilson Pinto e integrou a Filarmônica Cônego Manoel Firmino do Colégio Diocesano D. João da Mata, sob a direção de Severino Ferreira. Durante graduação na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), foi orientado pelo professor Jacques Ghesten e, nos mestrado e doutorado, pelo professor Per Brevig. Ganhou prêmios em concursos nacionais e internacionais como o Jovens Concertistas Brasileiros e do East & West Artists para debut no Canegie Recital Hall, em Nova Iorque (EUA). Fez mestrado na The Julliard School e doutorado na The Catholic University of America, ambas nos Estados Unidos.

Ele era Chefe do Departamento de Música da UFPB, primeiro trombonista solista da OSPB, e apresentou-se como solista, camerista e instrumentista de orquestra em centros musicais importantes do Brasil, dos EUA e Europa. Desenvolveu intensa atividade didática no Departamento de Música da UFPB e nos vários festivais de música do Brasil. Foi presidente fundador da Associação Brasileira de Trombonistas e integrava o grupo de metais e percussão no Brasil. Sua discografia, entre discos autorais e as participações especiais, inclui A Brazilian Extravaganza, Master and Winnes, O Guarani, Orquestra Sinfônica da Paraíba e Sivuca, Trombone Brasileiro e Brasil Toca Brasil e Desafios/Chalenges.

Fonte: Diário de Pernambuco

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