domingo, 31 de janeiro de 2010

HOLOCAUSTO-Horrores da Segunda Guerra em exposição

HOLOCAUSTO

Horrores da Segunda Guerra em exposição em Recife

Publicado em 30.01.2010, às 18h51

De Cidades/ Jornal do Commercio

Moradores e visitantes do Recife têm até 31 de março para ver duas exposições internacionais sobre os horrores do Holocausto, como ficou conhecido o extermínio de seis milhões de judeus e de outros grupos indesejados do regime nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). As mostras, com entrada gratuita, estão em cartaz desde quinta-feira passada no Bairro do Recife e só no primeiro dia foram contempladas por 135 pessoas.

Uma das exposições é o testemunho do sofrimento de crianças judaicas de nacionalidade checa, prisioneiras na cidade de Terezín (Praga). Elas produziram desenhos, colagens e pinturas durante a permanência no campo de concentração. Parte do trabalho está disponível na Casa da Fundação Safra, na Rua do Bom Jesus, 191. Dos 15 mil meninos e meninas segregados em Terezín, pouco mais de cem sobreviveram.

O Museu Judaico de Praga, proprietário da mostra Os desenhos das crianças de Terezín, enviou 78 quadros ao Recife. Em sete peças a etiqueta identifica o autor como sobrevivente. “Nosso objetivo é tornar público o que foi feito e esperar que isso não se repita nunca mais. Pode ser pretensioso, mas cada um faz a sua parte”, declara o ator Germano Haiut, responsável pela vinda das exposições.

Na Galeria Regional Nordeste (Rua do Bom Jesus, 237), o público verá a mostra Anne Frank – Uma História para Hoje, composta de 30 painéis com a história da adolescente alemã que morreu de febre tifoide no campo de concentração de Bergen-Belsen.

A exposição, criada em 1996 pela fundação que leva o nome da jovem, em Amsterdã (Holanda), é itinerante e se apresenta em 20 línguas. “Essa história é muito bem documentada. Queremos chamar a atenção para questões ligadas a tolerância, paz e direitos humanos”, destacam Anja Witzel, coordenadora pedagógica da Casa de Anne Frank na Alemanha e Joëlke Offringa, do Instituto Plataforma Brasil.

Germano Haiut informa que as mostras fazem parte do projeto Paralelos, que tem como meta divulgar o valor da tolerância entre os povos. As exposições ficam abertas de segunda a sexta, das 8h às 18h, e nos domingos à tarde. Por causa do Carnaval, as visitações serão suspensas de 6 a 21 de fevereiro.

Hoje, o Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco encerra a mostra Ao Recife o que o Recife não conhece, no Paço Alfândega, sobre a presença judaica no Estado. Faz parte da programação do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, 27 de janeiro. “Os acontecimentos históricos que marcaram tantas gerações geram revoltas. Hoje, esse ressentimento vem sendo trabalhado na construção de caminhos para uma convivência entre culturas, respeito às diferenças étnicas e sociais”, diz a presidente do Arquivo, Tânia Kaufman.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A história do Haiti é a história do racismo na civilização ocidental

20/01/10


A história do Haiti é a história do racismo na civilização ocidental

Por Eduardo Galeano, em Resumen Latinoamericano, via Resistir.info
Fonte: Revista Caros Amigos

A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de haver posto e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos retiraram e puseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que tivera a louca ideia de querer um país menos injusto.

O voto e o veto
Para apagar as pegadas da participação estadunidense na ditadura sangrenta do general Cedras, os fuzileiros navais levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para recuperar o governo, mas proibiram-lhe o poder. O seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, mas mais poder do que Préval tem qualquer chefete de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha eleito nem sequer com um voto.

Mais do que o voto, pode o veto. Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum dos seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, letras aos analfabetos ou terra aos camponeses, não recebe resposta, ou respondem ordenando-lhe:
– Recite a lição. E como o governo haitiano não acaba de aprender que é preciso desmantelar os poucos serviços públicos que restam, últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores dão o exame por perdido.

O álibi demográfico
Em fins do ano passado, quatro deputados alemães visitaram o Haiti. Mal chegaram, a miséria do povo feriu-lhes os olhos. Então o embaixador da Alemanha explicou-lhe, em Porto Príncipe, qual é o problema: – Este é um país superpovoado, disse ele. A mulher haitiana sempre quer e o homem haitiano sempre pode.

E riu. Os deputados calaram-se. Nessa noite, um deles, Winfried Wolf, consultou os números. E comprovou que o Haiti é, com El Salvador, o país mais superpovoado das Américas, mas está tão superpovoado quanto a Alemanha: tem quase a mesma quantidade de habitantes por quilômetro quadrado.

Durante os seus dias no Haiti, o deputado Wolf não só foi golpeado pela miséria como também foi deslumbrado pela capacidade de beleza dos pintores populares. E chegou à conclusão de que o Haiti está superpovoado... de artistas.

Na realidade, o álibi demográfico é mais ou menos recente. Até há alguns anos, as potências ocidentais falavam mais claro.

A tradição racista
Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objetivos: cobrar as dívidas do Citybank e abolir o artigo constitucional que proibia vender as plantations aos estrangeiros. Então Robert Lansing, secretário de Estado, justificou a longa e feroz ocupação militar explicando que a raça negra é incapaz de governar-se a si própria, que tem "uma tendência inerente à vida selvagem e uma incapacidade física de civilização". Um dos responsáveis pela invasão, William Philips, havia incubado tempos antes a ideia sagaz: "Este é um povo inferior, incapaz de conservar a civilização que haviam deixado os franceses".

O Haiti fora a pérola da coroa, a colônia mais rica da França: uma grande plantação de açúcar, com mão-de-obra escrava. No Espírito das leis, Montesquieu havia explicado sem papas na língua: "O açúcar seria demasiado caro se os escravos não trabalhassem na sua produção. Os referidos escravos são negros desde os pés até à cabeça e têm o nariz tão achatado que é quase impossível deles ter pena. Torna-se impensável que Deus, que é um ser muito sábio, tenha posto uma alma, e sobretudo uma alma boa, num corpo inteiramente negro".

Em contrapartida, Deus havia posto um açoite na mão do capataz. Os escravos não se distinguiam pela sua vontade de trabalhar. Os negros eram escravos por natureza e vagos também por natureza, e a natureza, cúmplice da ordem social, era obra de Deus: o escravo devia servir o amo e o amo devia castigar o escravo, que não mostrava o menor entusiasmo na hora de cumprir com o desígnio divino. Karl von Linneo, contemporâneo de Montesquieu, havia retratado o negro com precisão científica: "Vagabundo, preguiçoso, negligente, indolente e de costumes dissolutos". Mais generosamente, outro contemporâneo, David Hume, havia comprovado que o negro "pode desenvolver certas habilidades humanas, tal como o papagaio que fala algumas palavras".

A humilhação imperdoável
Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos haviam conquistado antes a sua independência, mas tinha meio milhão de escravos a trabalhar nas plantações de algodão e de tabaco. Jefferson, que era dono de escravos, dizia que todos os homens são iguais, mas também dizia que os negros foram, são e serão inferiores.

A bandeira dos homens livres levantou-se sobre as ruínas. A terra haitiana fora devastada pela monocultura do açúcar e arrasada pelas calamidades da guerra contra a França, e um terço da população havia caído no combate. Então começou o bloqueio. A nação recém nascida foi condenada à solidão. Ninguém lhe comprava, ninguém lhe vendia, ninguém a reconhecia.

O delito da dignidade
Nem sequer Simón Bolívar, que tão valente soube ser, teve a coragem de firmar o reconhecimento diplomático do país negro. Bolívar havia podido reiniciar a sua luta pela independência americana, quando a Espanha já o havia derrotado, graças ao apoio do Haiti. O governo haitiano havia-lhe entregue sete naves e muitas armas e soldados, com a única condição de que Bolívar libertasse os escravos, uma ideia que não havia ocorrido ao Libertador. Bolívar cumpriu com este compromisso, mas depois da sua vitória, quando já governava a Grande Colômbia, deu as costas ao país que o havia salvo. E quando convocou as nações americanas à reunião do Panamá, não convidou o Haiti mas convidou a Inglaterra.

Os Estados Unidos reconheceram o Haiti apenas sessenta anos depois do fim da guerra de independência, enquanto Etienne Serres, um gênio francês da anatomia, descobria em Paris que os negros são primitivos porque têm pouca distância entre o umbigo e o pênis. Por essa altura, o Haiti já estava em mãos de ditaduras militares carniceiras, que destinavam os famélicos recursos do país ao pagamento da dívida francesa. A Europa havia imposto ao Haiti a obrigação de pagar à França uma indenização gigantesca, a modo de perdão por haver cometido o delito da dignidade.

A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental.

Eduardo Galeano é escritor

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Emissoras de rádio da EBC na cobertura do Fórum Social Mundial

Emissoras de rádio da EBC na cobertura do Fórum Social Mundial

EBC / Rádios - 19/01/10

As emissoras de rádio da Empresa Brasil de Comunicação (Rádios Nacional de Brasília, da Amazônia, do Alto Solimões, do Rio de Janeiro e MEC AM RJ) e a Radioagência Nacional estarão em Porto Alegre, entre os dias 25 e 29 de janeiro, para a cobertura da 10º edição do Fórum Social Mundial.

Além de flashes ao vivo, ao longo de toda a programação das emissoras, matérias e boletins que serão veiculados nos radiojornais, o destaque desta cobertura será a chamada Janela de transmissão, que terá uma hora de duração, com ancoragem direto da Usina do Gasômetro, local onde ficará montada a estrutura da EBC, na capital gaúcha. Diariamente, das 16h às 17h, as emissoras de rádio da EBC estarão em rede para apresentar debates, entrevistas, boletins, além da participação de repórteres.

E a partir do dia 29 de janeiro começará, em Salvador, o Fórum Social Mundial Temático. Durante 3 dias, a equipe de reportagem abastecerá as emissoras com matérias, boletins e entradas ao vivo durante a programação.

Todo o conteúdo de áudio produzido pela equipe das rádios estará disponível na página da Radioagência Nacional, no endereço: www.ebc.com.br/radioagencia. O acesso é gratuito.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O quanto de Boris existe em você?

O quanto de Boris existe em você?

William Douglas é juiz federal e professor.

Após ouvir lixeiros desejarem "feliz 2010", Boris Casoy disse "... que m----, dois lixeiros desejando felicidades do alto de suas vassouras... (risos) ... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho." O episódio chocou. As reações que está sofrendo são exageradas? Ou ele as merece? Os lixeiros desejaram a todos (inclusive a ele, portanto) "paz, saúde, dinheiro, trabalho" e o que se seguiu foi, usando sua terminologia, "uma vergonha".

O pedido de desculpas, protocolar, não teve eficácia, talvez até o contrário. A oposição entre a imagem do apresentador e o comentário em off, revelador de uma visão elitista e preconceituosa, frustrou a ideia de respeito a todos e ao telespectador (imaginem o filho de um gari ouvindo isso). A rudeza dos comentários não se resolve por ter sido um acidente e não é fácil pedir desculpas pelo que se é ou pensa. Contudo, até que ponto a diferença entre nós e o Boris reside apenas no azar que ele deu pelo vazamento? O quanto de Boris existe em cada brasileiro?
Quando alguém se refere ao ponto "mais baixo na escala do trabalho" pode estar se referindo ao conteúdo moral ou social da atividade (como, por exemplo, criticar o tráfico ou a agiotagem), pelos riscos ou pela remuneração reduzida. A atividade de lixeiro não é nociva à sociedade. Nocivo seria, para a saúde e meio ambiente, que eles não atuassem. Como o risco não é tão grande, por eliminação, resta a remuneração. E aí reside um preconceito que resiste: julgar a dignidade das pessoas, ou das profissões, de acordo com sua remuneração. Há que se reconhecer que nem sempre existe equilíbrio entre a importância social de uma função e os ganhos que esta proporciona. E não se pode confundir o desejo de melhorar de vida ou ganhar mais, e a admiração por quem logra isto, com uma postura de menoscabo com as funções menos rentáveis.

Todo trabalho é digno. O que existe, em cada ofício, são pessoas que agem bem e outras não. Existem servidores públicos, CEO"s, lixeiros, jornalistas e juízes dignos e indignos, o que se define pela forma como exercem sua atividade. Mais que isso, Jesus dizia que "a vida do homem não consiste na abundância dos bens que possui".

Se você, leitor, julga alguém melhor ou pior levando em consideração o quanto a pessoa ganha, ou como se veste, ou onde mora, é preciso reconhecer que em você há, escondido, um pouco desse lado sombrio que o Boris revelou ter. Talvez o lado positivo desse episódio seja a reflexão sobre até que ponto ele não revela nossos preconceitos em off.

Camila Pitanga, que faz o papel de uma faxineira na novela global, afirmou que anda pelo estúdio sem ser cumprimentada quando está com os trajes da personagem. Feliz pelo papel ser convincente, não deixou de anotar como é estranho ficar "invisível", Esse fenômeno já foi objeto de estudo por um professor da USP que, vestido de faxineiro, ficou "invisível" na universidade, por anos. Em suma, quem deixa de ver o faxineiro, não deixa de ter seu lado Boris. Não que o Boris seja de todo mal, ele não é. Ninguém é. Somos todos humanos, com nossos lados luminosos e sombrios.

Boris também errou ao analisar a função de lixeiro. Os "'garis" são figuras simpáticas à população, vivem de bom humor e, ao lado dos carteiros, têm índices de aprovação e confiança que fazem corar os Poderes, a igreja e a imprensa. Infelizmente, estas instituições não são eficientes para limpar seus respectivos "lixos" como os garis o são com o lixo que lhes cabe. Por fim, não esquecer que - com seu jeito e ginga - um gari ilustra o vídeo institucional da bem sucedida campanha "Rio 2016". No Rio, os concursos para gari são concorridíssimos.
(...)

E você, leitor? Cumprimenta seu lixeiro? O garçom? A babá da vizinha? O porteiro? Você os vê? Aquele áudio procura você. Se você se julga, ou julga os outros, por quanto ganha, por qual carro tem, ou se não tem um, então o episódio pode revelar esse lado do Boris em seu cotidiano. Melhor que apenas discutir o que fez o Casoy é também questionarmos até que ponto reconhecemos o valor de todo e qualquer trabalho honesto.

Comandante brasileiro define com tropas novo plano de segurança para o Haiti


Comandante brasileiro define com tropas novo plano de segurança para o Haiti

18/01 - 12:29 - Vicente Seda, enviado especial a Porto Príncipe



PORTO PRÍNCIPE – O comandante do contingente militar da ONU no Haiti, o general brasileiro Floriano Peixoto, está reunido na manhã desta segunda-feira com comandantes das tropas de segurança de 17 nações para traçar um novo plano de segurança para o país caribenho, atingido por um terremoto devastador na última terça-feira. De acordo com uma fonte ouvida pelo iG, a nova estratégia a ser adotada tem como objetivo impedir que o clima de violência e instabilidade se alastre pelo Haiti.

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Também participam dessa reunião, membros da cúpula da Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti, a MINUSTAH, informou uma fonte.

No domingo, em entrevista coletiva, o general Floriano Peixoto afirmou que a atuação brasileira no Haiti terá como prioridade manter a segurança do país, enquanto as tropas americanas ficarão focadas na ajuda humanitária.

Vicente Seda

General Floriano Peixoto durante entrevista coletiva em Porto Príncipe



Questionado sobre a atuação dos Estados Unidos no controle do aeroporto haitiano, o comandante brasileiro preferiu não fazer comentários. Segundo ele, trata-se de um acordo entre os governos do Haiti e dos EUA.

Devido à dificuldade de pouso, a chegada do hospital de campanha brasileiro ao Haiti foi adiada em 24 horas. De acordo com o general, o atraso foi causado pelo enorme fluxo de aeronaves que chegam com efetivos militares e ajuda humanitária desde o dia da tragédia.

Peixoto afirmou, ainda, que a questão das eleições legislativas, previstas para fevereiro, ainda não entraram na pauta de discussões, o que deve ocorrer apenas nas próximas semanas. "A questão da eleição será discutida, mas agora a prioridade é resgate, segurança e atendimento à população".





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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Nordeste é região com maior número de tremores de terra no país

Nordeste é região com maior número de tremores de terra no país
Falhas geológicas e faixa estreita de solo são favoráveis para abalos.
Atividade sísmica em João Câmara (RN) é conhecida desde 1986.




Após tremor, rachaduras surgiram na parede de casas em Poço Branco (RN) (Foto: Emanuel Amaral/Tribuna do Norte/AE

13/01/10 - 07h00 - Atualizado em 13/01/10 - 07h00

Nordeste é região com maior número de tremores de terra no país
Falhas geológicas e faixa estreita de solo são favoráveis para abalos.
Atividade sísmica em João Câmara (RN) é conhecida desde 1986.

Glauco Araújo
G1, em São Paulo


Foto: Editoria de Arte/G1

Local das principais falhas geológicas no RN (Foto: Editoria de Arte/G1)

O Nordeste é a região com um dos maiores níveis de atividade sísmica do Brasil, segundo o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP). Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco têm maior incidência de abalos, de acordo com laboratório de sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).



"Até dois anos atrás, 60% dos tremores registrados com um espaço de tempo menor entre um e outro ficaram concentrados nesses três estados. É uma característica local por causa das falhas que existem na região", disse Eduardo Alexandre Menezes, da UFRN.







Foto: Divulgação/IAG/USP Imagem mostra momento em que sismógrafo registrou último tremor de terra no RN (Foto: Divulgação/IAG/USP) O tremor de terra registrado no Rio Grande do Norte, na segunda-feira (11), teve reflexos em Pernambuco e na Paraíba.



As cidades vizinhas a João Câmara (RN), por exemplo, apresentam tremores recorrentes desde 1986, quando ocorreu o que os especialistas chamam de enxame sísmico, tendo como ponto de partida um abalo com magnitude de 5,1 graus na escala Richter. Na década seguinte foram registrados 60 mil pequenos abalos na região, segundo o IAG.



De acordo com Afonso Emidio de Vasconcelos Lopes, professor de geofísica e sismologia do IAG, a região do Nordeste é formada por vários fragmentos de rochas antigas e por isso é natural haver maior propabilidade de atividade sísmica local.



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"As falhas geológicas favorecem a ocorrência de abalos. Outra característica favorável para os tremores são as camadas pequenas de solo no Nordeste, que podem variar de três a 20 metros de terra sobre rocha. Em alguns pontos, essa rocha chega a ficar visível. No Sudeste, essa característica é bem diferente e a camada de solo para absorver a chuva, por exemplo, é muito maior", disse o professor.





Falhas geológicas

No Rio Grande do Norte existem duas falhas geológicas consideradas importantes. "A Falha de Samambaia fica em João Câmara e foi a responsável pelas atividades sísmicas de 1986. Ela tem cerca de 30 quilômetros de extensão por quatro quilômetros de largura. Essa falha fica ao lado da de Poço Branco (RN), que é bem menor, mas também influi nos tremores na região", afirmou Lopes.



Foto: Emanuel Amaral/Tribuna do Norte/AE Após tremor, rachaduras surgiram na parede de casas em Poço Branco (RN) (Foto: Emanuel Amaral/Tribuna do Norte/AE)Segundo a equipe técnica do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), os tremores registrados no Rio Grande do Norte tiveram relação com uma das duas falhas geológicas. Os dados das estações medidoras ainda estão sendo analisados. O abalo desta terça-feira foi registrado pela estação de Fortaleza, que faz parte da Rede Sismográfica Nacional da UnB, e pela estação de Riachuelo (RN). As duas ficam, respectivamente, a cerca de 400 quilômetros e 35 quilômetros da região central do tremor.



Técnicos da UFRN foram coletar, nesta terça-feira (12), dados das estações do Nordeste, pois o epicentro dos tremores ocorridos desde sábado (9) fica próximo das cidades de Taipu (RN) e Poço Branco, mas a localização exata ainda é preliminar.





Em 2003

Os últimos registros de pequenos abalos na região de João Câmara, segundo dados do IAG e da UFRN, ocorreram em 2003, com magnitudes entre 2,4 graus e 3,4 graus na escala Richter. "Esses eventos, junto com os dois sismos com magnitudes próximas de 4 graus ocorridos nos últimos dias, mostram que a atividade sísmica na região continua significativa, embora com sismos de magnitudes pequenas", disse o professor de geofísica e sismologia.



Lopes faz um comparativo com outros tremores históricos no país. "Para se ter uma ideia da magnitude dos eventos de João Câmara, os maiores sismos ocorridos no Brasil foram os de Porto dos Gauchos (MT), em 31 de janeiro de 1955, com magnitude de 6,2 graus na escala Richter, e o ocorrido no Oceano Atlântico, em março do mesmo ano, em frente a Vitória, com magnitude de 6,1 graus."


O professor disse que as universidades brasileiras trabalham para criar uma rede de informações sobre terremotos em tempo real. "Mesmo quando os sismógrafos estiverem integrados, ainda não será possível prever a ocorrência de tremores", afirmou Lopes.

Líder do governo confirma morte de Zilda Arns

Líder do governo confirma morte de Zilda Arns



Marcello Casal Jr./Arquivo Abr


13 de Janeiro de 2010 - 10h55 - Última modificação em 13 de Janeiro de 2010 - 11h04




Gilberto Costa, Lúcia Nórcio e Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil




Brasília - Fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns participa do lançamento da Campanha da Fraternidade 2008 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Brasília - A coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Dona Zilda Arns Neumman, é uma das vítimas brasileiras do terremoto que atingiu ontem (12) Porto Príncipe, capital do Haiti. A informação é da líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC), que esteve hoje (13) no Palácio do Planalto e que acompanhou toda a movimentação do staff presidencial para o recolhimento de informações.

Segundo ela, todos os contatos estão sendo feitos pelo chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que já conversou com parentes, inclusive com o senador Flávio Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda. O parlamentar embarcou para o Haiti junto com o ministro da Defesa, Nelson Jobim.

"Parece que ela estava nas ruas de Porto Príncipe no momento do terremoto e teria sido atingida por algo”, disse Ideli Salvatti. No Palácio do Planalto, a mobilização de ministros e assessores do presidente “é total”, afirmou a líder do governo no Congresso.

A médica viajou neste final de semana para encontro missionário em uma entidade chamada CIFOR.US e estava hospedada na sede episcopal. De acordo a assessoria de Zilda Arns, a coordenadora estava no Haiti para levar a metodologia de atendimento da Pastoral da Criança no combate à desnutrição.

O desaparecimento de Dona Zilda, de 75 anos, foi confirmado à Agência Brasil pelo filho Rubens Arns. Segundo ele, o último contato com a mãe foi feito no sábado (9).

Edição: Talita Cavalcante

sábado, 9 de janeiro de 2010

BIG BROTHER BRASIL – A MEDIOCRIDADE E O DESRESPEITO COM A FAMÍLIA

BIG BROTHER BRASIL – A MEDIOCRIDADE E O DESRESPEITO COM A FAMÍLIA


Vai começar novamente o mais medíocre programa da televisão. Durante um bom tempo os lares brasileiros serão invadidos, mais uma vez, por um péssimo entretenimento, vazio e agressivo: o Big Brother Brasil, da Rede Globo de Televisão, na sua décima edição. Após uma seleção efetuada através de concurso nacional, um bando de jovens desocupados, fica o dia inteiro confinado em uma mansão, “a casa mais vigiada do Brasil”, participando de um jogo sujo, bestial, banal, recheado de baixarias, onde imperam a deslealdade, as brigas, intrigas, traições, excitações ao sexo, estímulo aos vícios de bebida e cigarro, e, sobretudo, o desrespeito ao ser humano.

Objetivo final: um desses indivíduos é escolhido vencedor e recebe, como recompensa, um milhão e meio de reais. Festas e farras diárias, com farto consumo de bebidas e cigarros, incitação sexual, através de triângulos amorosos, completam o total desrespeito às famílias que ficam inocentemente envolvidas na terrível trama.. Um verdadeiro estímulo à malandragem.

Para coordenar a disputa entre os concorrentes, a emissora da Família Roberto Marinho escolheu o repórter Pedro Bial, que inicia o programa com esta convocação : “...E agora vamos falar com os nossos heróis !”
- Mas que heróis são esses ?
Urge, mas com urgência mesmo, resgatar os valores dos nossos verdadeiros heróis.

Nossos filhos, nossos jovens precisam ser estimulados a cultivar seus verdadeiros heróis, seus avós, pais e mestres, que trabalham e ensinam o caminho de vencer na vida, com sabedoria, honestidade e espírito humanitário.

Heróis são milhares de desempregados, que mendigam pelas ruas ou moram em condições sub-humanas, debaixo de pontes, viadutos, favelas.

Heróis são os milhares de trabalhadores que vivem de um salário mínimo mensal, destinado à manutenção de sua família e compra de remédios para tratamento de sua saúde.

Heróis são os lixeiros que passam a vida recolhendo resíduos públicos e residenciais, sem nenhum conforto, em cima de caminhões-caçamba, para no final do mês receber um salário irrisório, que não dá nem para comprar uma caixa de sabonetes ou mesmo um perfume modesto para retirar-lhes a sujeira do trabalho durante o banho.

Heróis são os catadores de lixo que sustentam a si e suas famílias com o ganho resultante da venda de objetos recolhidos nos depósitos urbanos, correndo alto risco de contrair doenças graves: Aids, hepatite, leptospirose, tétano, febre tifóide, além de diarréias frequentes e parasitoses.

Heróis são os catadores de papéis, latas e garrafas vazias, jogadas nas avenidas, nos bares, nos clubes e nas praças, nas caladas das noites, durante festas e shows de gente rica.

Heróis são os deficientes físicos que, além do sofrimento de sua incapacidade, vivem na esperança de obter uma maior atenção dos poderes públicos, em relação aos seus direitos.

Heróis são os brasileiros que foram presos ou morreram durante a ditadura militar, lutando em prol da redemocratização do País.

Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados.
Onde estão os heróis lançados na sociedade pelo Big Brother Brasil?

Qual o destino dos protagonistas, dessa deprimente produção da Rede Globo de Televisão?

Todos os participantes passam a ser chamados de “celebridades”, em busca da fama, através de convites para participarem de novelas, propostas para capas de revistas de apelação sexual, Playboy, Sexy ou participação de filmes eróticos.

Esse é o modelo construído pela Globo, cópia dos péssimos enlatados americanos que exportam para o mundo o espelho de famílias desestruturadas, fragmentadas.

Quanto levam a rede Globo e a empresa de Telefonia? Em cada “paredão”, com milhões de ligações, a Globo e a Telefônica arrancam da população milhões de reais, rios de dinheiro, para engordar as já polpudas contas bancárias da emissora, de seus diretores, do apresentador, dos patrocinadores, dinheiro este que poderia ser destinado a programas educativos e humanitários.

Por isso, se você é da turma que liga pro Big Brother pra votar em paredões, pense melhor antes de erguer o telefone. Direcione sua ligação para um programa assistencial, gaste seu dinheiro com algo que realmente seja útil. Se toque: tem gente mais necessitada precisando da sua ligação. O site do Unicef traz uma lista de entidades que você pode colaborar dando apenas um telefonema. Quer dar uma espiadinha

Acorda, povo brasileiro! Estão rindo da nossa cara, fazendo a maior gozação da nossa cara, e ainda damos o maior ibope na audiência? Entram nas nossas casas, nos nossos lares, e ainda esculhambam a gente?

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão de reais.

Um simples cálculo revela: se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação.
Em vez de assistir ao BBB, que tal buscar a Deus, ler um livro,um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os pais, os avós... , brincar com as crianças..., namorar...viajar...É muito, muito melhor.

Autor anônimo

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A FITA MÉTRICA DO AMOR

A FITA MÉTRICA DO AMOR

Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.

Martha Medeiros

"HÁ QUATRO COISAS MISTERIOSAS QUE EU NÃO CONSIGO ENTENDER:
A ÁGUIA VOANDO NO CÉU;
A COBRA SE ARRASTANDO NAS PEDRAS;
O NAVIO QUE ENCONTRA SEU CAMINHO NO MAR;
E O AMOR ENTRE UM HOMEM E UMA MULHER."

Provérbios de Salomão (30.18-19)