sábado, 29 de agosto de 2009

ATAQUE FASCISTA DA istoé à BETO ALMEIDA


Sábado, 29 de Agosto de 2009
ATAQUE FASCISTA DA istoé à BETO ALMEIDA
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Cesar Fonseca em 26/08/2009

Fonte: http://independenciasulamericana.com.br/







Os presidentes sul-americanos, que, nos últimos dez anos, encetaram o discurso do fortalecimento do consumo interno em seus países, como alternativa nacionalista , para dinamizar a economia, e se fortalecerem, como detentores de matérias primas indispensáveis à manufatura global, como petróleo, minérios e alimentos em fartura, passaram a sofrer duras críticas dos governantes do primeiro mundo.


Na periferia capitalista, predomina, historicamente, o discurso promotor do investimento prioritário na produção e não no consumo, porque as elites a serviço do capital tentam fazer valer a tese de que o investimento gera demanda correspondente, como diz o jornal O Estado de São Paulo , em seu editorial , na terça 25, intitulado “O governo traiu lorde Keynes”.


São adeptos de Jean Baptiste Say, pai do neoliberalismo, que a história enterrou. Marx deu uma gozada na tese de Say de que toda oferta(investimento) gera demanda(consumo) correspondente, destacando que ele teria razão, se as mercadorias que os empresários levam ao mercado fossem vendidas sem lucro. Como o lucro é a prioridade e não o consumo, o sistema, ao caminhar para a sobreacumulação de capital, como algo intrínseco a sua natureza, produz crônica insuficiencia relativa de demanda global, como demonstrou, cabalmente, Marx. O assunto dá panos para manga, mas é , fundamentalmente, o fulcro da questão sul-americana, no momento histórico.


Os governos nacionalistas pregam, agora, mais prioridade ao consumo do que à produção e isso desloca interesses poderosos. Antes, os governos, em mãos das elites conservadoras, priorizavam a produção, dando incentivos e aliviando impostos, em nome da ideologia do investimento cujo incremento geraria consumo correspondente. Não gera nunca. Resultado: crises de subconsumo que levam os governos a redobrarem aposta nas elites que comandam a cena política enquanto as desonerações fiscias enriquecem os privilegiados nos paraísos fiscais.


A crise está demonstrando, principalmente, para os governantes do sudeste asiático, que penam com excesso de estoques de bens duráveis, que o negócio não é apostar na produção, porque já há capacidade instalada em excesso, mas no consumo. Quanto mais consumo, mais arrecadação. Quanto mais desoneração fiscal, menos arrecadação. Os governos democráticos caem ao deixarem de cumprir com suas obrigações em ofertar serviços públicos dignos à sociedade, algo somente possível mediante arrecadações crescentes. Tem que dar consumo para ter imposto. Eis a nova lógica capitalista na grande crise.


O Japão, por exemplo, está tendo recuperação das atividades mais rapidamente do que a Europa e os Estados Unidos, em termos relativos, porque o governo passou a distribuir dinheiro para o consumo popular de bens duráveis. Repete, filosoficamente, o bolsa família lulista, cuja função econômica salva as indútrias, embora os editorias da grande mídia tenham dificuldades em perceber a lógida do dar para arrecadar. Dá dinheiro para ganhar imposto. Tal jogada dos governos, de privilegiar o consumo, subsidiando, em vez de favorecer a produção, igualmente, subsidiando-a, incomoda, profundamente, as elites políticas e empresariais. Temem perder a teta estatal histórica.
Os governantes nacionalistas da América do Sul, ao engajarem na promoção do consumo, que significa aumentar a renda interna, melhor distribuindo-a, para dinamizar as atividades produtivas, movimentam forças sociais que incomodam o conservadorismo histórico das elites políticas sanguessugas do dinheiro público na América do Sul.


Fundamentalmente, a grande mídia sul-americana, de direita, conservadora, resiste a esse movimento democrático de mudanças em marcha, impulsionado pelas massas sociais em crescente agregação, embaladas por palavras de ordens que pregam distribuição da renda nacional e apossamento das riquezas sul-americanas, altamente, disputadas, porque estão sendo valorizadas em relação ao dólar, que se desvaloriza.
Os governos sul-americanos estão percebendo que farão mais negócio apoiando o consumo das
massas do que os privilégios das minorias que comandam a produção, mediante desonerações fiscais que diminuem em vez de aumentarem as arrecadações tributárias. O jogo da concentração de renda nas elites deixou de ser útil aos governos, porque reduz os ingressos tributários de que necessitam para se sustentarem no poder por meio da oferta de serviços públicos e investimentos. Produção é consumo, consumo é produção(Marx). Sem consumo, não há arrecadação. Só incrementar a produção, como se ela puxasse consumo correspondente, como acredita, ingenuamente, o editorial do Estadão, não assegura acumulação capitalista, principalmente, depois que estourou a válvula acumuladora da especulação.


Engajar nessas forças de mudanças é pecato mortal para a grande mídia. O jornalista Beto Almeida, que é um desses engajados, animando o mais nacionalista dos programas televisivos do Brasil, na atualidade, o BRASIL-NAÇÃO, que vai ao ar aos domingos na tevê pública paranaense, no governo nacionalista de Roberto Requião(PMDB-Pr), virou demônio para a grande mídia.


Por meio dos debates que Beto promove são questionados os valores tradicionais que ainda impedem que 31% da população saiam da miséria e se afirmem como seres humanos dignos e educados. Por identificar-se com as idéias sul-americanistas que ganham corações e mentes no compasso dos movimentos sociais, Beto está sendo taxado pela Isto É de chavista, lobista de Chavez, que o convidou, como jornalista, para participar do esforço midiático sul-americano de divulgação das idéias sul-americanas pela primeira vez na História da América do Sul.

Força que incomoda

O desejo nacional de crescer com independência, favorecido pela força das suas riquezas potenciais, é visto pelos que eternamente exploraram econômica e financeiramente a América Latrina, como algo perigoso. Orientar a população para tomar conta do seu próprio terreiro, da sua riqueza, a fim de colocar preço nela, em vez de tal preço ser colocado por jogo cambial determinado de fora para dentro, representa, para os governantes ricos, terrorismo político. O sul-americanismo que Beto Almeida abraça, no programa BRASIL-NAÇÃO, divulgado pela TV Comunitária, é puro terrorismo, para o dedodurismo da Isto É.


A grande crise mundial está colocando ponto final na estratégia de dominação externa por meio dos financiamentos em moeda que deu as cartas no cenário monetário e cambial global, mas que, agora, afetada pelos deficits, perde credibilidade, a partir das desconfianças levantadas pelos próprios mercados nos quais a circulação dela como equivalente geral das trocas mundiais é questionada em sua continuidade, graças à insistente desvalorização, como é o caso do dólar americano. Alertar contra esse perigo , como faz o economista Adriano Benayon, em entrevista a Beto Almeida, é chavismo, é terrorismo.


A moeda americana se mostra frágil, na grande bancarrota financeira global, assim como fragilizou, também, a libra esterlina inglesa, depois da primeira guerra mundial, deixando de ser o equivalente, da segunda grande guerra em diante. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em reunião do diretório nacional do PSDB, destacou que ocorre, na crise atual, uma inversão na deteriração dos termos de trocas globais.
As moedas dominantes, o dólar e o euro, disse, passam, com o perigo deflacionário, a valer relativamente menos que as mercadorias básicas, que valorizam mais que as manufaturas, candidatas a sofrerem redução de valor no cenário da deflação global. Inverte a história: nos anos de 1950, no desenvolvimentismo, as manufaturas impunham, graças ao preço ditado pelo câmbio da moeda dominante, deterioração nos termos de troca relativamente às matérias primas básicas. Na crise deflacinária global deixam de impor. Debater esse grande assunto para os que reinaram sob o dólar tatibitate é terrorismo.


No ambiente deflacionário, como disse Marx, valor e preço se tornam proporcionais quando a taxa de lucro vai a zero, caso atual. A moeda sem garantia real perde valor relativamente às matérias primas que são garantias reais, cujos preços sobem. O real brasileiro, como disse o economista José Mendonça de Barros, à repórter Miriam Leitão, na GloboNews, virou atrativo para os portfólios internacionais. Reafirmar, politicamente, essa riqueza, mediante posição nacionalista, é terrorismo , e quem debate o assunto, como Beto Almeida, é terrorista, é chavista, precisa ser eliminado por meio da tentativa caricaturesca. Fascismo.


O aumento da produtividade capitalista sem limite diminui o preço relativo das manufaturas enquanto aumentou o preço relativo das matérias primas básicas. Essa é a nova realidade que incomoda as elites por causa de governos que tentam mudar os rumos da economia, a fim de sintoniza-la com as forças reais e as riquezas reais e não com as forças do atraso e as riquezas fictícias, que a grande crise expõe, cruamente.


A força da América do Sul é vista pelo capital externo, que não dispõe de oportunidade de investimentos nos países ricos, onde estava acumulando especulativamente, com grande sofreguidão e cobiça. O pré-sal brasileiro ouriça geral os investidores em busca de excelentes negócios. Os governantes sul-americanos, por isso, como o de Lula, buscam valorizar, do ponto de vista nacionalista, sua riqueza. Esta, indubitavelmente, ganhou dimensão relativa maior do que a riqueza monetária. A sociedade merece saber disso ou não? Pela grande mídia, claro, não. Pela mídia nacionalista, evidentemente, é o prato do dia, o horror dos conservadores, que querem destruir Beto Almeida, à moda fascista.


Os fascistas têm medo da verdade. O déficit americano, que poderá até final do ano, alcançar 10 trilhões de dólares, sinaliza aos consultores que não é bom negócio ficar com as verdinhas. Alertar para isso é terrorismo midiático. Por isso, Hugo Chavez, presidente da Venezuela, Evo Morales, da Bolívia, Rafael Correia, do Equador, etc, quando buscam valorizar suas mercadorias são terroristas populistas anti-democráticos. Lula, fortalecido pelo real, se acreditar que a moeda nacional vale mais que o dólar, viria, igualmente, terrorista.


Quem, como os governantes nacionalistas sul-americanos, defendem e valorizam suas riquezas, no sentido de colocar melhores preços nelas em forma de organização política, que submete o poder monetário especulativo a regras mais restritas sob economia política, é, duramente, atacado. Como atacados, igualmente, são os jornalistas nacionalistas que se alinham com o pensamento sul-americano, favorável à valorização das mercadorias sul-americanas, como é caso de Beto Almeida.


A América do Sul é a nova rica do mundo e os repórteres nacionalistas, como Beto Almeida, que comandam, nas tevês públicas sul-americanas, programas que debatem propostas nacionalistas e sulamericanistas, viram alvo prioritário no conservadorismo midiático.


A lula política, como disse Glauber Rocha, é luta ideológica. O sulamericanismo, que se fortalece com a consciência política dos governantes sul-americanos, voltados a dar consistência política a Unasul - União dos Países Sul-Americanos - , pela pregação favorável à moeda sul-americana, ao banco sul-americano, ao parlamento sul-americano, à segurança sul-americana , ao tribunal sul-americano etc, é considerado , aleatoriamente, chavismo perigoso.


A mídia está com saudade do Consenso de Washington, que passou a ditar as ordens na América do Sul aos governos e a ela, grande mídia, a partir da década de 1980. Para salvar o dólar, afetado pelos deficits americanos, contraídos nos gastos com a guerra fria, Tio Sam elevou os juros e quebrou a periferia capitalista. Com ela, quebrou, também, a mídia. que, desde, então, depende dos governos que não querem debater a questão nacional do ponto de vista social, mas, apenas, econômico.


Subordinados ao receituário econômico cuja prioridade principal ditada do credor para o devedor era pagar juros mediante formação de crescentes superavits primários, os governos neoliberais , por meio da grande mídia, exercitaram a ditadura do pensamento único neoliberal, mecanicista-positivista-equilibrista-esquizofrênico. Priorizaram o econômico e esqueceram o social, como se não fossem dialéticas as relações entre ambos.


Quem, como os governantes nacionalistas, fogem desse receituário, como são os casos nacionalistas sul-americanos do momento, transformam-se aos olhos dos governantes ricos, que estão falidos, em agentes do mal. Saddam Husseim começou a cair quando quis cotar o petróleo em euro porque cotado em dólar dava prejuízo aos iraquianos, em forma de inflação. Importavam mercadorias cotadas na moeda européia com pagamento em dólar desvalorizado. Virou demônio.


Agora, quem anima as discussões sobre a criação do Banco do Sul, da moeda sul-americana, da segurança sul-americana, de modo a colocar preço valorizado nas mercadorias sul-americanas, sem submeter-se ao jogo cambial que impõe deterioração nos termos de troca, são, simplesmente, anti-democráticos, demônios perigosos. Por trabalhar com o ponto de vista sulamericanista, Beto Almeida, no comando do programa nacionalista BRASIL-NAÇÃO, virou tiro ao alvo dos fascista.

Caricaturização racista

A matéria de Claudio Dantas Sequeira, na Isto é, intitulada “O lobista de Chávez”, destinada a destruir a reputação jornalística de Beto Almeida, sugere conveniências subliminares. O negócio é disseminar na grande mídia sul-americana, eminentemente, conservadora, resistente às mudanças, amigas dos golpes de estado fascistas, como ocorre, no momento , em Honduras, que o pensamento sul-americano chavista é um mal terrorista a ser eliminado.


Não se discute a essência da proposta política que prega a mudança na correlação de forças políticas, virando o jogo das lideranças conservadoras, em favor das mudanças renovadoras.
Os movimentos sociais, que, na década de 1970, Guevara previu seriam os instrumentos políticos a empurrarem governos sul-americanos a mudanças qualitativas e quantitavias, estão aí, demonstrando o movimento da história, da negatividade produzida pelo investimento que não produz consumo democrático, por isso, precisa estar sempre socorrido pelos bancos oficiais, a teta estatal.


As elites têm medo das mudanças. Os pregadores das mudanças não são discutidos em seu conteúdo essencial, mas por meio da caricaturização racista da direita em relação ao biotipo sul-americano, mistura de negro, índio, branco, cafuzo, cabelo duro etc, que é, de fato, o que está rolando relativamente ao presidente Hugo Chavez, da Venezuela, Evo Morales, na Bolívia, Rafael Correia, no Equador, Cristina Kirchner, na Argentina etc. São os cucarachos, como se ouve nos bastidores racistas.


Como o discurso nacionalista chavista identifica opções políticas sul-americananas disseminadas, historicamente, em categorias sociais influentes em todos os países do continente, levantá-lo, como bandeira, passa a ser taxado de caricato.
Claudio Dantas Sequeira não diz que Beto Almeida coloca em cena o histórico sulamericanismo, mas o chavismo, como se o chavismo fose o todo e não apenas parte do sulamericanismo em marcha. Sequeira, se tivesse estudado história, contextualizaria sua matéria dizendo que as idéias chavistas, evomoralistas, rafaelcorreistas, kirchenistas-peronistas, foram antecedidas, no Brasil, por Getúlio Vargas, nos anos de 1930. Com elas, Vargas e sua geração construiram o pensamento nacional, que levou a economia brasileira a ganhar maioridade no cenário global, preparando-se para ganhar predominância relativa no século 21.


A esquerda fascista brasileira matou Glauber Rocha porque ele defendeu o nacionalismo de Geisel, em 1976, contra o pacifismo de Jimmy Carter, presidente dos Estados Unidos. Geisel havia rompido o acordo militar com os norte-americanos e feito a opção pela tecnologia nuclear alemã. Os americanos ficaram putos dentro das calças. Carter , que posava de pregador dos direitos humanos, mereceu da esquerda reverência, enquanto Geisel foi condenado em seu nacionalismo, como Chavez está sendo condenado pelas idéias nacionalistas-sulamericanistas que está propagando pela Telesur, a primeira tevê realmente sulamericana. Deu um show de cobertura no golpe terrorista em Honduras, contra o qual a grande mídia , praticamente, calou.
Num plano mais largo, o movimento político em marcha, na América do Sul, ancorado no avanço dos movimentos sociais, que tanto apavoram a grande mídia, guarda relação com a teorização política marxista-evolucionista-sulamericanista de José Carlos Mariategui, peruano genial, que, nos anos de 1930, escreveu “Sete Ensaios da Realidade Peruana”, um clássico da economia política, tipo Caio Prado Junior, autor de “Formação do Brasil Contemporâneo”.


O espírito socialista indigenista estaria na base do pensamento mariateguiano, que evolui, em meio às contradições do capital, para buscar uma síntese política no socialismo sul-americano integracionista-continental.


Essa evolução histórica causa pavor nos conservadores. Sendo jornalista, que não adota a falsidade midiática da neutralidade, Beto Almeida, em seu programa de difusão do debate nacional engajado, pregador do apossamento das riquezas nacionais pelo povo brasileiro, por meio do Congresso Nacional, não pode passar incólume sem ser caricaturizado por quem está rendido ao pensamento conservador mecanicista do jornalismo da Isto É, atado à subserviência do ponto de vista do capital financeiro, que, na crise atual, faliu.


Resta alardear, dedurar, ao lado da tentativa de caricaturização, para evitar que o debate sulamericanista ganhe as consciências para atuarem na grande mudança política.

às 17:33

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