Escritor aos 12 anos
Edição de domingo, 28 de novembro de 2010
José Carlos dos Santos tem 12 anos e nunca enxergou. Mesmo assim, ele jamais perdeu a alegria. Ele sempre tem uma frase na ponta da língua para soltar na hora certa. Antes de entrevistá-lo, por exemplo, o pré-adolescente falou logo a seguinte frase: ´Anote aí no seu caderninho: Eu sou feliz`. Pedido atendido.
Esperto ao extremo, o garoto já escreveu um livro, Gugu, o Jabuti. Livro que, inclusive, foi exposto neste mês na Fliporto Infantil, em Olinda. Falante, Joseph, como é chamado carinhosamente, quis saber: ´Você vai colocar a minha foto no jornal? E o meu livro, dá para publicar?`. Na Escola Nilo Pereira o garoto é o xodó. ´Cadê o artista da escola?`, perguntou a diretora Damaris Diniz.
A escola possui uma sala especial com dois computadores programados para auxiliar o aprendizado de José Carlos. Além disso, há uma impressora para imprimir em braile e uma máquina Perkins (especial para escrita em braile). ´Temos recebido tudo o que precisamos para ter um ensino de qualidade para nossos alunos especiais`,garantiu Damaris.
Estudante da 5ª série do ensino fundamental, José Carlos ainda não sabe o que quer ser quando crescer: advogado ou veterinário. A deficiência visual não o impede de sonhar. ´Ele é totalmente independente. Anda sozinho, lancha, conversa com todo mundo`, disse a professora Núbia, que demonstrava um método de ensino quando foi interrompida: ´Deixa eu ver isso, professora?`, pediu Joseph, erguendo as mãos para tocar o objeto. Deu uma demonstração de que, para enxergar o mundo, nem sempre é preciso usar os olhos.
Fonte: Diário de Pernambuco
domingo, 28 de novembro de 2010
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